“QUERIA TER O PODER DE … ”
Queria ter o poder de sentir as emoções que a vida nos apresenta e vive-las profundamente, intensamente.
Queria ter o poder de ver, enxergar, os erros de todos nós, e ajudar corrigi-los.
Queria ter o poder de amar, muito. Intensamente, eternamente como éramos.
Queria ter o poder de chorar de alegria, por todos neste mundo difícil, cruel.
Queria ter o poder de ver e sentir as lágrimas do meu coração, porque rolam pela minha face.
Queria ter o poder de escrever, para todos belos textos, poemas, artigos que tocassem profundamente os corações de muitos ou de todos, pelo menos tento. Queria.
Queria ter o poder de pensar na vida e vive-la intensamente, como quando éramos jovens, cheios de sonhos e objetivos, queria.
Queria ter o poder de ter a saudade viva no meu coração de todos que viveram, conviveram comigo e participaram de minha vida.
Queria ter o poder de quando sofrer, que fosse com dignidade.
Queria ter o poder de amenizar dores, sofrimentos, ser uma mão amiga de consolo, de amparo.
Queria ter o poder de olhar para as pessoas, fossem quem fosse e dar um simples sorriso.
Queria ter o poder de conversar com pessoas conhecidas, muitas delas se perderam pelo mundo, outras já partiram, deixaram saudades e exemplos. E não conversamos.
Queria ter o poder para conversar com pessoas desconhecidas, pessoas do mundo, do povo, como eu e colocar humildemente minhas mãos nos seus ombros e dizer um simples oi, olhando bem fundo nos seus olhos.
Queria ter o poder olhar e ver a beleza do belo e a beleza do feio, queria.
Queria ter o poder de sentir o calor do seu corpo me aquecendo. Queria.
Queria ter o poder de sentir o sabor inigualável, único de seus lábios, todos os dias todas as horas. Queria.
Queria ter o poder de controlar o equilíbrio, o bom senso nas palavras e pensamentos das pessoas, esta falta tem destruído muitas vidas, muitos amores, muitos momentos. Porque? Porque só pensam o que querem ouvir, não temos coragem de escutar.
Queria ter o poder de olhar as dores do mundo de todos nós, e ser uma mão amiga de apoio, de ajuda. Como queria.
Queria ter o poder de mudar alguma coisa, é muito difícil. Muito.
Queria ter o poder de que nossas hipocrisias, de todos nós, fossem nunca mais usadas, elas nos destroem, nos anulam como pessoas e seres humanos.
Queria ter o poder de desmascarar a injúria, sempre atrelada a covardia.
Queria ter o poder de lembrar de todos meus momentos, minhas lembranças, não esquecer de nenhum momento. Mas infelizmente muitos foram deletados desta memória já cansada, pelo tempo.
Queria ter o poder para decifrar a plenitude do amor.
Queria ter o poder de decifrar os segredos do coração de uma mulher, queria.
Queria ter o poder de recuperar a confiança perdida, como perdemos. Como perdi.
Queria ter o poder de entender e decifrar a realidade, ela nos faz rir, chorar, amar, curtir, sofrer, sentir, ver, não ver, ter saudades, ouvimos o silêncio cruel, são tantas realidades que não sabemos qual nos aflige, nos incomoda, nos tortura. São tantas.
Queria ter o poder de ver qual seria o futuro de meus filhos, minhas netas, daqui para a frente do hoje, do agora de minha vida, já vivida. Até agora. Queria.
Queria ter o poder de para ver no meu presente o amanhã, o futuro para a frente, bem para a frente, porquê o para traz de nossas vidas já vivemos até hoje.
Queria ter o poder de sempre ter a lembranças de todos os meus amigos e amigas e poder estar com todos, seria maravilhoso este poder. Seriam ricos de vidas inesquecíveis, mas sei que é utópico este meu querer.
Queria ter o poder de ter este poder.
Queria ter o poder de querer.
Como queria.
Plínio Elias de Araújo Oliveira – PEAO
Sítio São Francisco de Assis
Divinópolis – Minas Gerais
02/05/2022