PLÍNIO ELIAS ARAÚJO OLIVEIRA - PEAO
TUDO DE MIM, LEMBRANÇAS
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Meu Diário
13/12/2024 17h33
"CASAS VAZIAS"

“CRÔNICA”



“UM TEXTO CORRIDO”



“CASAS VAZIAS”



“LEIAM”



Esta crônica amigos não sei se todos pensam como eu, e se hipocritamente não vão concordar comigo, mas nos seus silêncios não se esqueçam, nossas Casas Vazias como estão ficando e como ficarão hoje e amanhã infelizmente são nossas realidades cruéis que nos machucam, são doídas, dolorosas e vão nos machucar mais e mais, com certeza. Hoje a maioria dos idosos, como nós, com certeza estão e estamos começando a viver o que a maioria de nós velhos como eu e vocês e muitos que já estão perto ou começando esta nova fase da vida. Estamos começando a viver e que infelizmente muitos já vivem, “o inexplicável  ficar sós”, a conhecer e sentir a solidão em toda sua totalidade, começamos ou começam viver esta nova fase de nossas vidas  de total isolamento, abandonados, jogados para um canto qualquer de nossas casas, que eram nossas, e não são mais, que eram cheias de vida, hoje vazias de tudo, de movimentos, de filhos, de filhas, de netos, de  netas, de sobrinhos, sobrinhas, de velhos e velhas amigas todos queridos e amados, agora lentamente ou rapidamente vamos sendo esquecidos, nossos respeitos que foram muitos hoje são e estão sendo dia a dia perdidos, diminuídos, nossas vozes já não tem mais a força, nos calaram ou estão nos calando, éramos ouvidos e respeitados, nossas vozes eram fortes e escutadas, respeitadas onde ditávamos, e tentávamos mostrar caminhos de vida através de nossas experiências vividas, nossas vivências, e o andamento das nossas vidas como exemplos para  as vidas de vocês e seus futuros, filhos, filhas, tínhamos nossos sentimentos fortes, verdadeiros tirados dos nossos velhos corações, muitos até mexidos, outros já precisando, sabíamos a força de nossos sentimentos como o amor, o carinho, sentíamos e sabíamos que éramos amados, até admirados, pelos nossos velhos e queridos pais como lutaram por nós e demos a eles nossos respeitos, nossas admirações e nossos amores. E nós temos tentado dar e passar para vocês o que recebemos deles, como dávamos e demos nossas vidas para vocês nunca em troca de nada, só amor e respeito, infelizmente que estamos perdendo com o nosso envelhecer, como é terrível o envelhecer acho cruel, estamos nos perdendo no meio das modernidades, estamos aprisionados, e totalmente dependentes, perdemos nossos direitos, estamos e já perdemos nossas autoridades não temos mais, não nos escutam mais nossas vozes emudeceram, nossas opiniões e orientações já não tem a força que tínhamos as nossas experiências de lutas pela vida afora, viraram histórias desinteressadas, perderam e não têm “saco” para escutá-las, não querem escutar, não têm mais tempo e paciências, ficamos com elas engasgadas nas nossas gargantas sem poder contar para ninguém, ficamos calados chorando nos nossos silêncios, como lutamos para dar para vocês o melhor que achávamos e queríamos não medíamos esforços, sacrifícios, enfrentávamos tudo e todos com uma tenacidade inquebrantável, sem nunca perdermos nossas dignidades, e nunca a perdemos, acho eu, não víamos e não tinha obstáculos que não vencíamos tudo era para vocês, que eram nossas vidas e nossas razões de vida, sempre pensando em seus futuros. As casa de nossos pais seus avós, eram cheias de suas vozes, cheias de suas alegrias, e vidas, cheias de gritarias, cheias de risos, correrias como as brincadeiras de pique, esconde-esconde, passar anéis, futebol de bola de couro ou de meias e de botões, rodar piões, jogar bolinhas de gude, ter um estilingue pendurado no pescoço, andar descalços, subir nas árvores, roubar frutas nas casas dos vizinhos e muitas outras brincadeiras, cheias  de amores, cheias de opiniões, cheias de risos, cheias gritos e alegrias de todos e todas crianças e que cada ano aumentavam as nossas famílias de novos filhos, filhas, netos, netas que sempre tinha alguém chegando e como chegavam trazendo amor, felicidades, alegrias  e como chegaram e quantos e quantas chegaram. Os aniversários sempre movimentados e esperados, cheios, a gente enxergava e podia ver a felicidades nos olhos de nossos pais como ficavam felizes como a de vocês, de todos nós, também acredito e muito como curtiam e curtiram a casa cheia, os Natais sempre movimentados cheios de amor e alegrias, todos felizes nas trocas de presentes que eram colocados nos nossos sapatos, quantas vezes vi no olhar de meu pai e minha mãe furtivas lágrimas escorrendo pelas suas fases de alegria já castigadas pelo tempo imperdoável, que com dignidades sabiam nos seus íntimos que os seus tempos já estavam quase nos deixando a qualquer hora, qualquer momento mas mesmo assim esperavam mas sempre felizes é um dom dado por “Deus”, que um dia teremos, todos nós, assim espero. Como envelheceram, que beleza de velhice tiveram, que amor nos mostraram, sempre os dois, sempre bem-amados e juntos amando os seus amores que éramos todos nós. E nós continuávamos iludidos que tudo ia bem, mas infelizmente não ia, íamos perdendo pessoas queridas, amadas, dos nossos dia a dia de nossas vidas, íamos perdendo momentos  e as casas iam perdendo todos os calores, todas as alegrias, todos os sons todos momentos ricos, maravilhosamente ricos de tudo que vivemos com todas lembranças, e o silêncio estarrecedor ia nos calando, abafando os sons que existiam de todos nós, as casas iam ficando vazias, os quartos vazios, as salas vazias, a cozinha vazia local de encontro dos adultos local de boas conversas esquentado no calor gostoso do fogão a lenha tomando um gostoso cafezinho com seu cheirinho delicioso e inesquecível coado no velho coador de pano, as grandes mesas  hoje vazias algumas ocupadas somente com dois lugares pelos nossos velhos pais, muitas vezes por um só, até não ter mais ninguém assentados na grande mesa, agora mais vazia ainda. A solidão, o silêncio aterrorizante e total vai tomando conta dos velhos corações cheios de muitas queridas lembranças hoje lembranças doídas, seus olhares ficam perdidos procurando algo que não encontram, tentam e procuram entender o que está acontecendo com eles porque estão sendo abandonados e esquecidos como a gente já estamos sendo também é a pura verdade cruel, doída, que vem e vai nos machucando, antes só queríamos estar com eles alguns mínimo tempo que fosse, hoje sentimos esta falta que nos entristece e nos cala violentamente, e que aceitamos calados, nos nossos cantos, como queríamos estar com todos eles, mas não, nos isolaram, estão se afastando, e caladamente vamos com nossas poucas lembranças que conseguimos com muito esforço lembrar, ficamos tentando poder senti-los pertos da gente sem sermos notados infelizmente. e ficamos ali nos nossos cantos silenciosamente esperando nosso tempo que muitas vezes demora e demora muito. As modernidades tiraram e estão tirando nossos direitos, nossos convívios, nossas alegrias, nossos papos e nós hoje Pais do Século XXI, não teremos mais o que tivemos e recebemos de nossos pais, curtimos e vivemos bem juntinho deles, puxa vida que saudades terrivelmente doídas, bem amargurantes que teremos de enfrentar  algumas lembranças que ainda conseguimos com muito esforço guardar nos nossos corações e vocês gerações que estão vindos, do jeito que a internet, o celular, Instagram, face book, Messenger e muitas outras linguagens mais que estão vindos e aparecendo tão rapidamente difíceis de acompanhar, estão nos tirando o direito de amar e ser amado, ser lembrado, ser respeitado, as novas gerações estão vindos sem conhecer o amor e principalmente o amar, andar de mãos dadas com nossas namoradas e namorados, o primeiro beijo, o sentir o calor dos corpos se encontrando e amando,  o beijo na face que dávamos nos nossos pais pedindo a benção para dormir, levantar, colocar as mãos nos ombros e ficar de braços com os amigos e amigas dados indo para as escolas todos felizes era um gesto de carinho e amor, o sentar todos na mesa para o gostoso café da manhã, o almoço e o jantar, cada um de nós no seu lugar marcado e definido, as mesas sempre cheias, hoje vazias. Hoje nossas casas estão vazias, os quartos vazios, nossas mesas vazias, estamos vazios de filhos e netas, os filhos, noras, netos e netas, já não acompanham mais nossos envelhecimentos, nossas recuperações de quaisquer doenças são só nossas acompanhantes, não sentimos mais carinhos, não somos mais respeitados passamos e nos tornamos incômodos, acho que viramos um problema a mais, estamos sós e vamos ficar sós temos que aprender a viver a solidão esta realidade que vem chegando para nós. Estamos voltando para os nossos começos, como começamos nossas vidas, fazendo nossos planos, nossos sonhos que eram lindos o que queríamos, mas poucos sonhos foram realizados não somos diferentes de todos, não somos, começamos iguais a todos e vamos indo não sei afirmar qual nosso ritmo, qual nosso destino só sei que vamos sós nós dois sempre juntos como começamos nossas vidas, só nos dois e vamos caminhando pelo tempo que ainda imaginamos ter para nosso final mas sempre juntos de mãos dadas como começamos o nosso amor. Paramos e ficamos olhando em silêncio de nossas ruas, de nossas cidades olhando e sentindo nossas lágrimas doídas, saudosas rolando pelas nossas faces e nós parados ficamos fitando para nossa Casa Vazia como também eram as suas, que também eram cheias, tentando lembrar e relembrar histórias, momentos e belas lembranças e o final só nos dois ali como começamos o nosso amor. E nossa Casa agora está vazia, silenciosamente, Vazia.



E NOSSAS CASAS HOJE CONTINUAM E ESTÃO VAZIAS.



CASAS VAZIA.



Plinio Elias de Araújo Oliveira – PEAO



Sítio São Francisco de Assis



Divinópolis – Minas Gerais



09/12/2024



SITE: https://pliniooliveira.recantodasletras.com.br



 


Publicado por PLÍNIO ELIAS ARAÚJO OLIVEIRA
em 13/12/2024 às 17h33
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